quarta-feira, 10 de junho de 2009

voto obrigatório?

Nos meios políticos e jornalísticos - principalmente nos que perderam esta eleição - nasceu de repente o alvitre do voto obrigatório.
Commonsense já foi adepto do voto obrigatório, mas logo em 1975 o MFA «e ofícios correlativos» veio pressuroso esclarecer que tal ideia era anti-democrática.
Que eu saiba, vigora o voto obrigatório na Grécia e no Brasil... e na Ordem dos Advogados (o que não abona...).
Teria algum sentido de justiça recusar, por exemplo, segurança social a quem nem se dá ao trabalho de ir à mesa eleitoral deitar um voto nulo ou branco. Não custa nada e é de graça. Não digam que o voto branco tem o perigo do preencimento abusivo, porque não tem; o sistema está suficientemente controlado. E resta sempre a possibilidade do voto nulo com comentários saborosos sobre a política e os políticos, o que sempre serve para divertir os escrutinadores. Claro que teria de haver um sistema de justificação de faltas que cobrisse os impedimentos efectivos.
Não creio, porém, que seja possível ou até desejável instituir, agora, o voto obrigatório, tantos anos depois de inaugurado o sistema.
A este propósito, commonsense leu um editoral do Púbico em que se concluía com uma pergunta «ad terrorem»: porque não nos tratam como adultos? à qual commonsense responde: porque não se comportam como adultos!
A abstenção é o termómetro da incivilidade. Não é heróico nem virtuoso abster-se. A verdadeira atitude de repúdio é o voto branco (ou nulo). O resto é preguiça, desinteresse, egoísmo.
Sempre que alguém vem dizer a commonsense que se absteve ou vai abster fica debalde à espera duma réplica. Commonsense nem indaga, nem discute, nem argumnta, nem discorda. Simplesmente despreza.
Com tudo o que custou poder votar, desprezar o voto é desprezível.
E atenção: quem não vota não tem o direito de se queixar!

1 comentário:

  1. Nunca ouviu dizer que "obrigação é de carrasco"?
    Quem se abstem conscientemente, e por opção, tem o direito de não ser insultado.

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