segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Depois da Islândia e do Dubai, a seguir à Grécia ...

Na ordem económica e política internacional que se seguiu ao fim de Bretton Woods, à deregulation e ao Euro, ninguém pensava que poderiam acontecer sovereign defaults.
Mas houve...
Primeiro foi a Islândia faliu. Os islandeses endividaram os seus bancos a tais níveis que acabaram num estoiro financeiro global. Numa terra com pouco sol, nem sequer se revoltaram, conformaram-se, empobreceram, entristeceram e elegeram uma governo que os quer inserir na União Europeia. O pior é que a União europeia não os quer... pelo menos no estado em que estão.
Pensou-se que se ficava por ali, mas não...
Depois foi o Dubai. Paraíso financeiro e imobiliário, colapsou pela falta de procura para aqueles disparates de construção e especulação. Pode ser espectacular, mas ninguém quer comprar aquilo. A Dubai World, empresa imobiliária «sovereign», apesar de o governo local ter expressamente excluído a sua responsabilidade, acabou por ter de ser pegada ao colo pelo Estado, que está a falir com ela.
Coisas longínquas e exóticas dir-se-á, mas talvez não...
A próxima, diz toda a gente, vai ser a Grécia. Os gregos, gente de sangue quente e tradicionalemente «trouble makers» já desataram a partir tudo na rua, a enfrentar a polícia com cocktails molotov, etc., e a mostrar que vem aí o pior.
E os próximos? Interrogam-se os portugueses....
Os próximos somos nós.

1 comentário:

  1. A negação é mesmo isso que v. escreveu, uma defesa do eu conta algo que lhe é doloroso ou mesmo insuportável. Poucos de nós, os que estamos ligados à psicanálise gostam de se expôr, mas há quem o faça e fale frequentemente deste tema. Um deles é o meu amigo Carlos Amaral Dias, que pontifica, juntamente com o Carlos Magno, na Antena 3 às terças às 2300. O programa do passado dia 25 Nov falava disto mesmo.
    Tb existe um blog dum psicanalista americano que tb recomendo, chamado shrinwrapped. É só googlar. Mas esse fala mais, claro, do que se passa por lá.
    Eu tenho para mim que as pessoas se sentem muito mais confortáveis com as ideias feitas e que tudo o que ponha em causa esse conforto é negado e repudiado. Ou mesmo forcluído, como dizia o Lacan. E depois como há muita informação as pessoas cada vez se fecham mais em meia dúzia de clichés. Acompanhe os que os nossos media dizem sobre a cimeira que está a decorrer em Copenhaga e verá o que eu quero dizer. Autênticos mantras.

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