sábado, 15 de janeiro de 2011

Krugman e o Euro: o E-Bond

Kugman, Nobel da economia, escreveu um importante artigo sobre os problemas da Europa e do Euro. Muita gente comenta sem ter lido e, para evitar isso, aqui fica o link.
No vou fazer a exegese nem comentar o comentário. Simplesmente a minha opinião (vale o que vale):
1. O argumento de que uma moeda única não serve várias economias diferentes é desmetido pelos próprios USA, com Estados economicamente tão diferentes como o Utah (semelhante a Portugal), o Nevada (semelhante à Irlanda) e a Califórnia (semelhante à França).
2. O argumento de que a moeda única impede a solução de desvalorização da moeda para impulsionar uma recuperação induzida pela exportação também não tem valor. Em primeiro lugar, nos USA também os diversos Estados não podem desvalorizar porque têm moeda única (US$) e, em segundo lugar, porque a desvalorização torna mais caras as importações de energia e matérias primas, e aumenta também a dívida externa; e produz inflação importada que anula o efeito benéfico da desvalorização, acabando por conduzir à espiral inflacionária com estagflação, agitação social e ínstabilidade política. Além disto, o Euro não impede a chamada 'desvalorização interna' feita através da redução salarial e da perda efectiva de poder de compra, o que estimula a exportação, como sucedeu nos Estados Bálticos e parece estar a suceder em Portugal.
3. Concordo com Krugman quando diz que a solução está numa maior integração fiscal e financeira da Europa, num maior profundamento político-financeiro, com a emissão de E-Bonds e implementação dum sistema de transferências dos Estados ricos para os Estados pobres, como previsto inicialmente por Robert Schumann e os founding fathers da Europa e como funciona nos USA.
A Europa, reconhece Kugman, é a maior economia do mundo e não pode colapsar sem risco gravíssimos. A saída do Euro por parte de qualquer dos Estados que o têm teria consquências dantescas económica e socialmente, com corridas aos Bancos, desvalorização incontrolável e colapso económico-social.
Resta, pois, ultrapassar os nacionalismos e egoismos nascentes e emitir Euro Bonds (E-Bonds) suportados pela globalidade da economia da UE. Era isso, no fundo, o que se passava antes de se ter admitido taxas diferenciadas nas 'dívidas soberanas' dos diversos Estados da União. Na UE já não há 'estados soberanos' no sentido próprio do termo e não pode portanto haver 'dívidas soberanas'.
É preciso pôr em prática a solidariedade europeia e passar a emitir E-Bonds.
Aos alemães que perguntam porque é que hão-de pagar os problemas económicos dos outros europeus respondo que porque os outros europeus também já pagaram recentemente os problemas económicos (e não só) dos alemães.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

a prepotência

A prepotência sempre me causou revolta, repugnância e desprezo.
Encontra-se muito em todos os que são fracos com os fortes e fortes com os fracos.
Aqueles que se aviltam perante os que consideram acima de si e humilham os que estão em situação de fraqueza.
Os prepotentes só conhecem as relação vertical, de cima para baixo, de baixo para cima. Não conseguem ter um relacionamento horizontal, no mesmo plano com as outras pessoas. Não digo com os seus semlhantes, porque não os têm: só superiores ou inferiores.
Os prepotentes não são capazes de entender o Segundo Mandamento: amai-vos uns aos outros.
Os prepotentes não sofrem de complexo de inferioridade: são mesmo inferiores.

good news... bad news

Good news: hoje Sócrates diz que cumpriu o défice e até melhorou um bocadinho.
Bad news: foi à custa do fundo de pensões da PT, o que significa que toda a gente vê que não cumpriu o défice e até agravou um bocadinho.

sábado, 8 de janeiro de 2011

bancos e transparência

O Bancos deviam ser obrigados a publicar na sua correspondência e à porta das suas instalações o grau de solvência e a 'ratio' entre volume de depósitos e de crédito concedido, único modo de os seus clientes saberem onde estão a pôr o seu dinheiro.

7% +

A taxa a que o Estado Português se financia no mercado ultrapassou os 7%.

Isto significa que é inevitável o FMI.

disparates dum bastonário

Marinho e Pinto vai propor que acesso à advocacia só seja possível com mestrado (Público).

Gostaria bem que Marinho e Pinto fosse submetido a provas na minha Faculdade para ver qual seria o resultado. A generalidade dos candidatos à inscrição na ordem é mais conhecedora do Direito do que este incrível Bastonário.

É preciso começar a prepar desde já uma alternativa.

why God never received tenure at any university

WHY GOD NEVER RECEIVED TENURE AT ANY UNIVERSITY

1. He had only one major publication.

2. It was in Hebrew.

3. It had no references.

4. It wasn’t published in a reference journal.

5. Some even doubt he wrote it himself

6. It may be true that he created the world, but what has he done since then?

7. His cooperative efforts have been quite limited.

8. The scientific community has had a hard time replicating his results.

9. He never applied to the Ethics Board for permission to use human subjects.

10. When one experiment went awry h tried to cover it up by drowning the subjects.

11. When subjects didn’t behave as predicted, he deleted them from the sample.

12. He rarely came to class, just told the students to read the Book.

13. Some say he had his son teach the class.

14. He expelled his first two students for learning.

15. Although there were only ten requirements, most students failed his tests.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

alegre vazio

Tem feito ruído, Manuel Alegre, acusando cavaco, não se sabe bem de quê em relação ao BPN.
Mas não tem feito saber o que seria o Alegre Presidente, a não ser coisas vagas e banalidades.
Enfim, um vácuo alegre, uma alegre vazio

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

dados biomátricos - desmentido

Do próprio Ministro da Administração Interna recebi o texto seguinte que desmente aquilo que publiquei sobre a cedência aos Estados Unidos de todos os dados biométricos de todos os portugueses constantes do Arquivo de Identidicação:

Acordo de cooperação entre os EUA e Portugal relativo à prevenção e ao combate ao crime

03/01/2011

A criminalidade transnacional organizada e os atentados terroristas determinaram um significativo reforço dos laços de cooperação entre os Estados Unidos da América e a União Europeia. Assim, os Estados Unidos da América e os Estados da União Europeia definiram, como objectivo estratégico, o reforço da cooperação em matéria de combate à criminalidade e ao terrorismo.


Em 30 de Junho de 2009, foi assinado, entre a Secretária de Estado norte-americana e os Ministros da Administração Interna e da Justiça de Portugal, um Acordo relativo ao reforço da cooperação para a prevenção e o combate ao crime entre Portugal e os Estados Unidos da América, do qual foi dado público conhecimento em Nota de Imprensa do Ministério dos Negócios Estrangeiros.


O Acordo prevê a troca de informação relativa a suspeitos de crimes graves ou de terrorismo segundo a legislação de cada um dos Estados.


O Acordo assegura condições de reciprocidade, ou seja, garante que Portugal também beneficia das informações prestadas pelos EUA sobre cidadãos norte-americanos suspeitos. As condições de protecção dos dados transmitidos, nos termos do Acordo, respeitam os princípios de necessidade, adequação e proporcionalidade e os direitos, liberdades e garantias previstos na Constituição da República Portuguesa.


Em termos simplificados, o Acordo tem como principal objectivo evitar que indivíduos que cometam crimes em Portugal ou nos EUA continuem a cometê-los no território do outro Estado, assim contribuindo para prevenir ameaças graves à segurança pública e para garantir a protecção dos cidadãos.


As negociações do referido Acordo iniciaram-se em 2008 e foram lideradas, pela parte portuguesa, pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros. Por se tratar de matéria de direitos fundamentais, competência reservada da Assembleia da República, o Acordo terá de ser submetido à Assembleia da República, nos termos do artigo 161º da Constituição da República Portuguesa. No âmbito dos procedimentos internos para a aprovação do Acordo, foram solicitados pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros pareceres aos Ministérios da Administração Interna e da Justiça, assim como à Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD). Foram entretanto recolhidos pareceres favoráveis dos referidos Ministérios, aguardando-se o parecer da CNPD.


Antes de a Assembleia da República aprovar, para ratificação, o Acordo, este não entra em vigor e não há lugar ao intercâmbio de informações.


Importa recordar que já foram assinados Acordos de idêntica natureza por 15 Estados-membros da União Europeia, a saber: Bulgária, República Checa, Alemanha, Estónia, Letónia, Lituânia, Hungria, Malta, Áustria, Polónia, Portugal, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Itália. As negociações bilaterais foram concertadas, entre os Estados-membros e a Comissão Europeia, ao nível do Conselho de Justiça e Assuntos Internos da União Europeia.


O objecto deste Acordo é distinto do Acordo entre a UE e os EUA relativo à transferência para as autoridades norte-americanas de dados do registo de identificação dos passageiros (dados PNR), que a Comissão Europeia foi mandatada para negociar com os EUA.

domingo, 2 de janeiro de 2011

o Império Americano e os seus cipaios

Diário de Notícias:
Os Estados Unidos (EUA) querem ter acesso a bases de dados biométricas e biográficas dos portugueses que constam no Arquivo de Identificação Civil e Criminal. O FBI, com a justificação da luta contra o terrorismo, quer também aceder à ainda limitada base de dados de ADN de Portugal. O acordo com o Governo português está feito e só falta ser ratificado na Assembleia da República. No entanto, este mês vai sair um parecer da Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD) que alerta para os problemas que constam no texto do acordo bilateral.

Os Estados Unidos querem obter estes dados a pretexto da 'luta contra o terrorismo', argumento que têem utilisado dentro e fora do seu território para instalarem o seu Império. Assim como Roma alargou o Império a praticamente todo o mundo então conhecido após a derrota de Cartago, também os americanos que, nestas coisas, até estudam história e se consideram a Roma da actualidade (a Europa é, para eles, a velha Grécia, culta, dividida e fraca) estão a aproveitar o colapso da União Soviética para espalharem o seu Império.
Já reduziram os políticos, diplomatas e militares da Europa á condição de 'cipaios' e querem agora reduzir-nos à condição de servos. Ao menos Caracala tinha alargado a cidadania a todo o Império, mas eles não.

Esta violação da nossa privacidade é proibida pela Constituição (coisa pouca) pelo Código Civil (o que já tem valor) e pela Convenção Europeia dos Direitos do Homem.
Importa lutar contra isto.

o mandato governamental

Para incompreensão de muitos amigos, Commonsense acha que o Governo deve levar o mandato até ao fim.
Por duas razões: porque foi para isso eleito democraticamente (já pela segunda vez) e porque não há sistema que resista a mandatos que não se completam.
Na Espanha (nunca digo a 'vizinha Espanha', porque só há esta), desde a democracia, nunca houve um governo que não tenha completando o mandato. Bons ou maus, os mandatos são para se cumprirem. A instabilidade política é a pior inimiga da economia. Ninguém investe enquanto a política não estabiliza.
Cavaco sabe bem isso do tempo em que foi Primeiro-Ministro e sempre defendeu que os governos devem completar os mandatos. Por isso, não acredito que Cavaco, após ser eleito, derrube o Governo e convoque eleições. Se o conheço - e conheço-o de estar com ele na Comissão Política do PSD - Cavaco não o fará.
Perguntar-me-ão, então, o que fazer perante esta governação deplorável? A resposta é: sofrê-la até ao fim e, da próxima vez ter mais cuidado com o voto.
Sobretudo é importante que reduza essa péssima tendência para simplesmente não votar. Quem não vota não tem direito de se queixar.

sábado, 1 de janeiro de 2011

wikileaks e a loira burra

Wikileaks só foi possível porque o sistema de transmissão e armazenagem de dados sensíveis do Departamento de Estado dos USA era imensamente 'leaky'. Quer dizer, se houvesse ums sistema de segurança minimamente capaz, por exemplo, se todos aqueles emails fossem cifrados como deveriam ser, não teria havido wikileaks.
Por isto, eu acho que o Departamento de Estado, em vez de tentar 'matar o mensageiro das más notícias', devia antes agradecer-lhe por ter revelado as fragilidades do sistema de segurança da informação e corrigir imediatamente as falhas.
As 'leaks' publicadas pelo 'wiki', ainda por cima não são graves: algumas são embaraçosas (p. ex., comentários sobre a personalidade de governantes aliados) outras são o segredo do polichinelo (p. ex., a autorização dada pelo Governo Português às escalas nas Lajes dos vôos da CIA) que toda a gente já 'sabia' ou, pelo menos desconfiava fortemente.
Commonsense espanta-se que os segredos sejam 'aquilo'. Mesmo a manobra de acusar Julian Assange de violar duas mulheres que foram com ele voluntariamenta para a cama, é digno de um romance do John leCarré. E a tentativa de bloquear sites na internet foi mesmo francamente pueril.
A conclusão só pode ser uma: o departamente de Estado está a ser dirigido por um 'loira burra'.

Estónia no Euro

Hoje a Estónia aderiu ao Euro e ingressou no Eurogrupo. Com um PIB de 14 biliões é o segundo mais pequeno Estado da UE (economicamente), a seguir a Malta. É também o primeiro Estado oriundo da União Soviética a entrar na plenitude da participação da União Europeia.
Os estónios celebraram a entrada no Euro como garantia de independência, de progresso económico de ortodoxia financeira.
Isto desmente as tendências de alguns portugueses, uns menos inteligentes e outros 'atlantistas' (que dizer, pró-americanos), que dizem querer sair.
São tão estúpidos: o que seria de Portugal com um dívida gigantesca em Euros e receitas em Escudos devalorizantes!
Nestas coisas da inteligência há os que vêem logo, os que só vêem tarde de mais e os que são cegos de todo.