domingo, 14 de agosto de 2011

o ruído

É um conceito provinciano de qualidade turística aquele que induz todas as esplanadas, cafés, bares, etc., ao ar livre ou não, em Portugal, a serem incapazes de silêncio. Há sempre um ruído de fundo de música pesada, memória da discoteca da noite anterior dos meninos ou meninas ensonados que ali estão a atender os clientes. É desagradável. ... bum, bum, bum...
Durante algum tempo pensei que era uma estratégia que visava impedir que os clientes se atardassem em frente duma bica vazia, empurrando-os dali para fora para libertarem a mesa.
Mas não.
Acho que vem duma reminescência cultural atávica das romarias, no átrio da Igreja ou no recinto da feira, com fungágá aos gritos.
Não há nada a fazer. Num país que tem revista em vez de ter ópera, tinha de ser assim.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

desfaçatez

Fascina-me da desfaçatez com que os socialistas atacam políticamente o Governo pelas providências que teve de tomar por causa da catástrofe económico-financeira causada pela (des)governação socialista.

Todas estas medidas impopulares, desde o aumento dos transportes até ao imposto especial são puramente consequência do que os socialistas fizeram.

Quem foi que arruinou o país?

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

anti-seleção

 Chama-se anti-seleção uma prática perversa que se traduz em eleger a pior de todas as escolhas possíveis.
 Assim tem acontecido notoriamente nalgumas organizações de representação de interesses corporativos como, por exemplo, a Ordem dos Advogados ou a Associação Portuguesa de Bancos ou a Associação Portuguesa de Seguradores. Nestes casos, havia gente muito mais representativa e com melhor qualidade para presidir àqueles organismos, mas foram escolhidas as soluções correspondentes ao menor denominador comum. Os interesses representados preferiram uma solução fraca.
 Também na Comissão Europeia, Barroso é representativo duma prática de anti-seleção.
 Em Portugal (e noutros sítios) a anti-seleção constitui a resposta incompetente ao receio de que o representante assuma efectivamente a representação dos interesses que lhe são confiados e tome iniciativas sem pedir licença, caso a caso, a quem o nomeou. São assim designados aqueles que devem e ficam a dever favores, que mais ninguem quer noutro lugar, que falharam e são assim emprateleirados, que têm espírito serviçal, que não têm espinha dorsal... e às vezes, mesmo, muito pior.
 Portugal tem sofrido na carne e vai possivelmente continuar a sofrer as consequências nocivas da anti-seleção. Com os piores a serem sistematicamente escolhidos para a liderança de muitas instituições, não há país de funcione decentemente.
 Commonsense dixit.