sábado, 22 de outubro de 2011

Shadenfreude

Cavaco não explicou como é que se consegue atingir o objetivo acordado com a troica para o défice do anos fiscal de 2011, sem tocar no 13º mês e no subsídio de férias da Função Pública. Cavaco tinha vindo a público discordar abertamente da Proposta de Orçamento Geral do Estado nessa matéria.
Commonsense interrogou-se e, no seu íntimo, teve uma esperança: Cavaco saberia o que estava dizer? Tinha de saber. Ele é Presicente da República, foi Primeiro Ministro, foi Ministro das Finanças, Professor de Finanças Públicas, técnico do Banco de Portugal.
Commonsense não podia a acreditar que Cavaco não soubesse o que dizia. E continua a não acreditar.

O que foi então que moveu Cavaco a tomar aquela atitude?
Os alemães chamam-lhe «Shadenfreude», alegria com a desgraça alheia.
Cavaco - e a sua gueixa Manuela - não consegue suportar que alguém tenha êxito onde ele não teve. Deu a sua facadinha, deitou pingo de veneno, pôs-se de fora, tirou o cavalo da chuva.
No fundo, Cavaco gostaria que Passo Coelho falhasse. Só que se Passos Coelho falhar, falhamos todos nós. E será o colapso do País, a ruptura social, o caos.
Com esta atitude, a primeira pessoa a falhar foi o próprio Cavaco.
Commonsense deixou de acreditar que Cavaco, quando fala, saiba o que diz.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

escavacanços

Commonsense, pobre jurista, acreditou no que o Ministro das Finanças e também os economistas da sua confiança têm dito: que é preciso primeiro sanear as finanças, pelo menos cumprir a primeira meta do acordo com a Troica, e que só depois poderá obter-se o crédito necessário ao relançamento da economia. O próprio Cavaco o disse na sessão na Ordem dos Economistas e consta no site da Presidência da República.

Depois o mesmo Cavaco, contrariando o que tinha dito 10 minutos antes, veio dizer que não se pode tirar o povo os subsídios de férias e de Natal e que é preciso começar já políticas de expansão.

Commonsense ficou preplexo.

Depois de ter dito um coisa 10 minutos antes, Cavaco veio, 10 minutos depois, a descobrir que havia uma maneira de fazer as duas coisas ao mesmo tempo. Travar o défice até aos limites do acordo com os credores e lançar um política expansionista. É fantástico!

Commonsense pede encarecidamente ao Presidente da República que lhe diga como é que isso se consegue. Tem mesmo o dever de o dizer aos Governo e a todos os Portugueses. Commonsense fica à espera.

No estado em que se encontra, o País não aguente ser escavacado!

domingo, 16 de outubro de 2011

12 mil milhões de euros

Faz parte da política de recapitalização da banca europeia uma verba de 12 mil milhões de euros para recapitalizar a banca portuguesa.
Os banqueiros portugueses não querem. Em vez da recapitalização, querem que os 12 mil milhões vão para o Estado e este (e as empresas públicas, municipais, etc.) pague à Banca o que lhe deve. Assim, não perderiam o controlo dos seus Bancos. Com a recapitalização perderão obviamente o controlo dos seus atuais Bancos.
Mas, por um lado, o Estado não tem poder sobre esta política, que é europeia e não do Governo Português; e, por outro, é crucialmente importante quem entre as reformas a efectuar na estrutura económica portuguesa se inclua a substituição da classe dos banqueiros e gestores bancários que são em parte grandes responsáveis pelo descalabro financeiro emergente da concessão excessiva e incacreditavelmente incompetente de crédito aos consumidores.
Não é possíve restruturar a economia portuguesa e continuar com a mesma Banca e os mesmos banqueiros.

finalmente há coragem

Portugal faliu. E faliu com estrondo. Teve de pedir a intervenção a UE e do FMI. Foi ainda o Governo do Partido Socialista que pediu a intervenção, que negociou a intervenção e que vinculou Portugal a cumprir o programa. Já depois de convencionado o programa com a Troica, surgiram novos agravamentos brutais do défice. Défice oculto? défice ocultado? défice ignorado? não sei. sei sim que défice inesperado que obrigou a providência ainda mais duras de equilíbrio das contas públicas.
Perante estas novas providências, o Partido Socialistas tenta externalizar-se e criticar. Diz então que são recessivas e que há falta de políticas de relançamento da economia. Hipocrisia clara. O Partido Socialista sabe, como qualquer economista duas coisas:
  • que esta política é ditada pelos credores e não propriamente por nós próprios;
  • que esta política tem efeito inicialmente recessivos que só numa segunda fase podem ser expansionistas.
É importante recordar que assim é porque parece começar a esquecer.
Só que for ingénuo ou politicamente alinhado com o Partido Socialista adotar o discurso do Partido Socialista.

Sobretudo importa não esquecer, que este orçamento é deste Governo, mas este défice é do Governo Socialista.

O Partido Socialista faz o mal e a caramunha: critica aquilo que ele próprio provocou.

A recessão não vem de 4 meses deste Govrno; vem de 5 anos do anterior.

Finalmente há coragem para governar a economia portuguesa e desinfetar o abcesso socialista.

sábado, 1 de outubro de 2011

Constâncio e a supervizinha

O pior Governador que o Banco de Portugal alguma vez teve de sofrer.
Também o mais bem pago.
Com 'temor reverencial' pelos banqueiros, no seu mandato nunca foi exercida uma eficiente supervisão prudencial sobre os Bancos. Agora estão em estado catatónico.
Não foi só o BPP e o BPN... foram todos. Será Que ele nunca reparou no racio depósitos / crédito concedido? será que nunca reparou no rolamento do crédito mal parado? será que nunca reparou no crédito concedido aos acionistas? será que nunca reparou na descapitalização?
Sob a presidência de Constâncio, a supervisão melhor se podia chamar «supervizinha».