domingo, 26 de outubro de 2014

pobres e ricos


Lê-se por todo o lado e começa a ser opinião comum que a principal dificuldade da União Europeia (UE) vem dos emigrantes de leste, romenos, búlgaros e outros pobres, que sobrecarregam os orçamentos da segurança social dos Estados Membros ricos, Reino Unido, Alemanha, França, Holanda, etc. Pior ainda, há emigrantes clandestinos que chegam em hordas às praias do sul, vindos do outro lado do Mediterrâneo, do Islão e África sub-saariana. É preciso acabar com a liberdade de circulação de pessoas (Schengen).

É preciso fazer contas. A crise financeira da UE não vem das migrações dos pobres para os Estados Membros ricos. Não, não foi isso e não é isso.

A crise financeira Europeia, vem da migração das práticas desonestas dos serviços financeiros americanos para a praça de Londres e daí para todas as praças financeiras da Europa comunitária. A colocação de produtos tóxicos (leia-se: lixo) nas carteiras e contas de poupança dos clientes, a falsificação dos balanços (contabilidade criativa), a apropriação de bónus e vencimentos milionários pelos gestores, a alavancagem excessiva e ilegal, etc., destruíram a credibilidade do sistema financeiro, provocaram a ruína dos países, a falência das empresas, o desemprego, a destruição dos lares e das famílias, o desespero, a proletarização.

Não, não é a liberdade de circulação das pessoas que tem de ser controlada ou limitada; é da liberdade de circulação dos capitais que se trata. E aí que está o problema.

As culpas não são dos pobres, são dos ricos.

1 comentário:

  1. Mais uma vez, precisam (necessitam) de culpar alguém. A capacidade de admitir o erro vem da sabedoria e consciência, não do dinheiro.

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